r3Dealidades

Redealidade: a realidade no século XXI é proporcional à complexidade, profundidade & amplitude das redes.

R3Dealidade: complexidade, profundidade & amplitude. Embora seja necessário ter em mente que “o mais profundo é a pele” (Paul Valéry)

Redealidade: os meios de comunicação deixam de existir para a comunicação tornar-se o próprio meio, ou melhor, múltiplos meios que explodem a dimensão massiva da comunicação. ComuN(-1)cação. Não há consenso possível (& nem mesmo é desejável).

Redealidade: só há meios, redes que se encolhem ou expandem dependendo das interações & das conexões.

Redealidade: os meios deixam de ser extensões do homem (Marshall McLuhan) e as redes tornam-se extensões da realidade. Homens, máquinas, animais progressivamente – segurando-se às redes – então trocarão a realidade atual pela realidade virtual que se atualizará. Não confunda o virtual com o irreal, nem com a internet. O virtual é real, mas não atual. A redealidade é virtual & devém atual.

Redealidade: múltiplas realidades imanentes. Qual é a sua? Ou melhor, quais são as suas? Impossível saber, pois a realidade não depende apenas de nossas conexões, mas também das conexões das redes as quais me conecto, ad infinitum. Na mesa de bar te perguntarão: – você viu na internet? Na internet te perguntarão: – você me viu no bar?

Redealidade: a velocidade do real pode ser comparada à velocidade que as informações se sucedem nas telas sejam telas de computadores, de celulares, de tablets, etc.

Redealidade: as redes não são apenas as redes que criamos na internet ou que vemos nas telas. A internet também é o real. O real tem – cada vez mais – uma dimensão desterritorializada. Interajo com desconhecidos. Falo mais com eles do que com meu vizinho. Nem sei quem é meu vizinho. O que isso tem a ver com o capitalismo? O que isso tem a ver com o fim do capitalismo ou com uma mutação?

Redealidade: o que acontece fora da internet é simultaneamente, reproduzido, remixado, alterado, transformado, acrescido, editado, tensionado (etc, etc) no interior das redes em movimento da internet. Junho de 2013. Amarildo. Violência Policial. Copa do Mundo. Eleições. Um artigo científico. O que comi no almoço. Um videoclipe. O antropoceno. Um selfie. Uma música. Um congresso. Uma poesia. A realidade é a informação – ou o conjunto móvel de informações – que ao circular em rede estimulará a produção de novas informações, conversas, debates, discussões, conexões e/ou ‘desconexões’ que, por sua vez, estimularão a produção de novas redes e/ou a diminuição/expansão de outras, etc.

Redealidade: o fim deste mundo? o fim do mundo como o conhecemos uma vez? um outro mundo? um mundo estranho a nós? múltiplos mundos? mundos que se formam a partir de inFORMAções?

Redealidade: a realidade informa as redes & as redes informam (ou deformam) a realidade. Uma imagem? Cipoal.

Redealidade: repetição da forma informação com conteúdo sempre variável. Criação constante da novidade. A novidade pode inclusive ser uma banda obscura dos anos 60 ou um vídeo de um filósofo dizendo algo que pode ser aplicado a diferentes situações, etc.

Redealidade: o tempo se rizomatiza. A história é uma rosa dos ventos.

Redealidade: uma inteligência coletiva possível, mas também uma burrice generalizada. Lembre-se: R3Dealidade: complexidade, profundidade & amplitude.

Redealidade: a realidade é o resultado das múltiplas conexões possíveis. A realidade é múltipla como a realidade do esquizo

[j.g.ctba.05072014]