Isso te interessa
Posted: September 25, 2011 Filed under: reportagens Leave a commentPreciso encontrar tempo para escrever sobre a peça “Isso te interessa?”, adaptação da Companhia Brasileira de Teatro do texto “Bon, Saint-Cloud” da dramaturga francesa Noëlle Renaude em cartaz no “Teatro Novelas Curitibanas”.
É pretensioso demais afirmar que a peça literalmente desnuda a existência de uma família do subúrbio parisiense, mas que pode ser a nossa?
Quantos segundos terei que encontrar em meio ao tempo para digitar que é necessário ter olhos desnudos para ver?
Fundamental foi ter encontrado uma brecha entre as horas e a garoa fina e fria que cortou este domingo de primavera e feito dela um espaço para o meu corpo entre os corpos privilegiados que estiveram na Rua Carlos Cavalcantti, 1222.
Agora preciso de tempo para escrever isso, por ex.
Realmente, só o tempo, este ser inexorável, possibilitará um julgamento mais crítico, mas – eu sei – ele é mais veloz do que a informação e se eu não contar agora que a peça dirigida por Marcio Abreu, com Giovana Soar, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini fica em cartaz até 15 de outubro, de quinta a domingo, à partir das 20h, pode ser tarde demais e as cortinas negras serem fechadas e restarem somente lembranças para informar, enquanto o público deseja novidade, ação, movimento, velocidade.
Se der tempo vou incluir essa frase que ouvi nos corredores do teatro após o espetáculo: “Nunca estar vestido foi tão estranho”.
“Isso te interessa?” te interessou?
“Ao jornalista interessou”, pensou o jornalista.
Ainda roubarei uma hora para fazer a seguinte reflexão: uma existência pode durar menos que um cigarro e as memórias em torno dela durarem um pouco mais, mas só um pouco mais: como fumaça.
“As horas são iguais, os dias diferentes, principalmente, alguns deles”, pensou novamente o jornalista.
Prometo que escrevo algo assim que o relógio desacelerar, porque tempo é vida e 43 minutos contêm, pelo menos, o inimaginável que somente o teatro é capaz de tornar perfeitamente sensível, ao nível da derme.
A plateia aplaudiu de pé por mais segundos que o tradicional em Curitiba.
Portanto, chegue bem antes da hora.
Haru Matsuri (para Yukako Nagamura)
Posted: September 24, 2011 Filed under: Uncategorized Leave a commentBons amigos são as flores de cerejeira
que nascem no lugar da densa nuvem
do cinza inverno que o vento dissipou